O Nordeste concentra a segunda maior população em idade para trabalhar, perdendo apenas para o Sudeste, além da segunda maior taxa de informalidade do país (52,2%), quase 13% acima da média nacional. O dado foi divulgado pelo FGV IBRE ao mostrar os dados regionais da Sondagem do Mercado de Trabalho, destacando a situação da região Nordeste. Durante um evento híbrido realizado em Fortaleza, o coordenador do estudo, Rodolpho Tobler, ressaltou que os dados da Sondagem reforçam os sinais de maior fragilidade presentes na economia nordestina quando se trata de geração de emprego e renda.
Ainda segundo o estudo, a taxa de ocupação no Nordeste é a menor entre as regiões brasileiras, com taxa de desemprego de 12% no terceiro trimestre de 2022, contra 8,7% na média nacional. O levantamento observou ainda que a proporção de desalentados também é superior se comparada ao Sudeste, e o rendimento médio recebido pelos trabalhadores é 33% abaixo da média nacional.
Entre as pessoas ocupadas em atividades sem qualquer registro, 90,2% gostariam de ter um emprego com carteira assinada. Já entre os trabalhadores por conta própria, uma fatia maior que a média regional afirmou que antes dessa ocupação era informal ou estava desempregada.
Durante apresentação, o economista Flavio Ataliba, pesquisador associado do FGV IBRE e ex-secretário executivo do Planejamento e Orçamento do Ceará, falou sobre a importância de aprimorar a compreensão da dinâmica regional do trabalho e da renda, e disse que a diversidade da economia varia de acordo com a estrutura de produção de cada região do país. Além disso, tratou sobre a relevância de observar o Nordeste como um todo e identificar suas potencialidades e particularidades para promover um desenvolvimento econômico.
Fonte: O Estado do CE